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Pricosirius Red: Fibras colágenas, principalmente tipo I e tipo III
PRICROSIRIUS RED
Objetivo
A coloração Picrosírius Red tem como objetivo evidenciar as fibras colágenas, especialmente os tipos I e III, no tecido conjuntivo. Sob luz polarizada, permite distinguir os tipos de colágeno com base em suas propriedades birrefringentes:
É uma técnica útil para avaliar fibrose, cicatrização, remodelamento tecidual, desmoplasia, e doenças do tecido conjuntivo.
Reagentes e Soluções
Solução de Picrosírius Red:
0,5 g de Sirius Red F3B (Direct Red 80) em 500 mL de solução saturada de ácido pícrico em água.
(Adicionar ácido pícrico em pó até surgimento de precipitado no fundo para garantir saturação.)
Água acidificada:
5 mL de ácido acético glacial em 1 L de água destilada.
Hematoxilina (opcional):
Weigert ou Harris, para contraste nuclear.
Procedimento
1. Desparafinar e hidratar as lâminas (xilol → álcoois em série → água destilada).
2. (Opcional) Corar os núcleos com hematoxilina por 5 minutos e lavar em água corrente por 10 minutos.
3. Corar na solução de Picrosírius Red por 1 hora.
4. Lavar rapidamente em duas trocas de água acidificada (não usar água pura para evitar remoção do corante).
5. Desidratar em três trocas de etanol absoluto.
6. Clarificar em xilol.
7. Montar com meio de montagem resinosa (ex: Entellan).
Resultados
Microscopia de luz comum: fibras colágenas aparecem vermelhas sobre fundo amarelo (citoplasma).
Microscopia com luz polarizada:
É necessário rotacionar a lâmina no microscópio para observar todas as fibras, devido à orientação da luz polarizada.
Vantagens
Excelente contraste e especificidade para fibras colágenas.
Permite distinção entre colágeno tipo I e III com uso de luz polarizada.
Compatível com tecidos fixados em formalina e incluídos em parafina.
Técnica simples e com custo relativamente baixo.
Útil para análise quantitativa e semiquantitativa de fibrose.
Aplicável em diversas espécies animais e tecidos.
Desvantagens e Limitações
Necessidade de microscópio com luz polarizada para avaliação completa da birrefringência.
Fibras de colágeno tipo IV e reticulina podem ser coradas, mas não apresentam birrefringência, o que pode gerar interpretações errôneas.
Ácido pícrico é tóxico e explosivo em estado seco: seu manuseio exige cuidados rigorosos de segurança.
Lavagens excessivas com água pura podem remover o corante e comprometer os resultados.
A intensidade e seletividade da coloração podem variar com a qualidade da fixação e o tempo de processamento do tecido.
Interpretação pode ser subjetiva e requer treinamento adequado para diferenciar os tipos de colágeno de maneira confiável.
A coloração pode perder intensidade ao longo do tempo se a lâmina não for bem montada e selada.